Velhos Livros e Livros Velhos


  Livros novos e velhos livros coabitam fraternalmente nas estantes lá de casa. A fruição da leitura de um novo livro associa-se ao prazer de reler, integral ou parcialmente, um velho livro. Basta que os meus olhos pousem num desses velhos companheiros para que logo me afaguem as boas lembranças do nosso primeiro encontro!
      Porém, aquele livro de capas desfeitas, número de páginas incompletas e amarelecidas pelo tempo era de um tempo que não deve voltar. Durante décadas, mantive-o numa estante como testemunho de uma visão da mulher “doméstica”, da “dona de casa”, quando ela de mais nada era verdadeiramente dona. Nem de si própria.
      Na mais recente reorganização das estantes, a presença daquele livro velho (nas diversas aceções negativas deste adjetivo) irritou-me. Rabugices que a idade traz? Talvez. A verdade é que se tornou presença indesejável e ofensiva. Destino a dar-lhe: papelão, para reciclagem. Afinal, os livros também se abatem. Mas antes… Aproveitei algumas das suas folhas para concretizar uma ideia (alheia) de decoração natalícia. Será uma outra forma de reciclagem. Alterei o objetivo da existência dessas páginas para uma demonstração minimalista do desejo de Boas Festas à comunidade escolar.

Boas despedidas do ano velho! Ótimo início do novo ano!

                                                                                                Fernanda Madeira



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